segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Unilab, conexão em África

Paulo Speller
A Universidade da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) começa a se materializar. Anunciada pelo presidente Lula em julho de 2008, durante a Cimeira de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a universidade deve inaugurar suas atividades em 2010. As atividades acadêmicas serão concentradas nas áreas de agricultura, saúde, gestão e formação docente, ofertadas a cinco mil estudantes, metade dos quais provenientes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Portugal. Os dois mil e 500 brasileiros serão escolhidos por seleção democrática de mérito através de mecanismos como o Enem e de programas de acompanhamento do ensino médio, respeitada a legislação brasileira de inclusão sócio-étnica. O campus brasileiro da Unilab começa a dar os primeiros passos licitatórios com o apoio da UFC, na cidade cearense de Redenção, no Maciço do Baturité.
A inovação acadêmica deverá permear o projeto político-pedagógico da nova universidade, em preparação por sua Comissão de Implantação, que integra 16 membros, vinculados à Associação de Pesquisadores Negros do Brasil, ao Banco do Brasil, Capes, Colip, Embrapa, FAO, Fiocruz, Itamaraty, MEC, Seppir, Setece-CE, Unesco e universidades federais brasileiras. Inovação essa, que deverá se refletir no caráter internacional da Unilab como universidade multicampi abraçando os oito países da CPLP na África, América, Ásia e Europa. Os estudantes da Unilab realizarão suas atividades no campus de Redenção e nos campi de seus países de origem, podendo ainda desenvolver parte de suas atividades em outras instituições dentro do princípio da mobilidade acadêmica. O contato com a realidade de cada região será parte integrante da graduação e da pós-gradução, comprometendo-se o futuro profissional a contribuir socialmente depois de receber formação de qualidade na Unilab e demais instituições.
Apresentamos a proposta geral da Unilab ao conjunto dos países africanos durante a Conferência Regional de Educação Superior, realizada pela Unesco em Dakar, em novembro passado. Os países africanos de expressão portuguesa manifestaram o mais alto interesse, assim como diversos países de língua inglesa, francesa e castelhana. É verdade que a universidade iniciará suas atividades preferentemente nos países africanos de língua portuguesa, mas não se deve descartar a extensão de suas ações a outros países africanos, sendo o continente foco principal da Unilab. Quando da realização da Conferência Mundial de Educação Superior (CMES), a se realizar na sede da Unesco, em Paris, em julho deste ano, o Brasil e demais países da CPLP poderão, com orgulho redobrado, apresentar a criação da universidade internacional como realização concreta, no contexto da priorização que a CMES colocou no continente africano.
O projeto de lei de criação da Unilab, encaminhado pela Presidência da República ao Congresso Nacional em agosto passado, foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados sob a relatoria do deputado Eudes Xavier, da bancada cearense. Encontra-se agora na Comissão de Educação e Cultura sob relatoria do deputado Pedro Wilson (GO), devendo ser submetido posteriormente às Comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania e de Finanças e Tributação, assim como ao Senado Federal. Aprovado, será sancionado pelo Presidente Lula, o que poderá acontecer ainda antes da CMES.
Precisamente nesta semana iniciamos a interlocução direta com os países da CPLP. Partindo de Fortaleza, voamos diretamente para Cabo Verde, onde cumprimos extensa agenda de trabalho, incluindo governo, universidades, escolas, sociedade, além da Embaixada Brasileira. Guiné-Bissau será visitada na sequência. Ao retorno, participaremos de reunião da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), que congrega instituições de quatro continentes. Posteriormente visitaremos Moçambique, Timor, Macau, Angola, São Tomé e Príncipe e Portugal. Semana que vem falaremos sobre Cabo Verde e Guiné-Bissau. A Unilab abre esperanças e representa desafio de inovação com qualidade e inclusão.
Paulo Speller, doutor em ciência política pela Universidade de Essex (Reino Unido), reitor da UFMT entre 2000 e 2008, preside a Comissão de Implantação da Unilab. E-mail: speller@ufmt.br

Estatuto fixa normas legais que possibilitam ascensão da população negra




Estatuto fixa normas legais que possibilitam ascensão da população negra
A II Conferência Nacional da Igualdade Racial (que será realizada em junho), as políticas paras as comunidades remanescentes de quilombos, a educação e a saúde do negro foram temas abordados pelo ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, durante entrevista para o Bom Dia Ministro nesta quinta-feira (12). O programa é produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitido via satélite para rádios de todo País. Leia os principais trechos da entrevista.

Estatuto da Igualdade Racial - "O estatuto é uma legislação que tem por objetivo consolidar, enquanto política de estado, a promoção da igualdade racial. Nesse sentido, ele tem como elementos as políticas de educação, o recorte social da cultura brasileira, a defesa das comunidades religiosas de matriz africana e a reafirmação do compromisso do estad o brasileiro com as comunidades remanescentes dos quilombos. Tratamos ainda de forma transversal a questão do esporte, do acesso à saúde e dos serviços básicos que vão garantir cidadania à comunidade negra brasileira. Enfim, o estatuto é uma legislação que tem a finalidade de assegurar os direitos da população negra que não foram observados quando da abolição da escravatura, o que gerou essa dívida imensa do estado brasileiro para com esse segmento da população. O estatuto fixa normas legais que possibilitem a ascensão da população negra, sua inclusão no processo econômico de forma qualificada e sua mobilidade social a partir da educação."

Conferência Nacional - "Na IIConferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que acontecerá no final do mês de junho, faremos um balanço da atuação do governo em relação às políticas de promoção da igualdade racial. É um fórum onde os estados vão eleger delegados da sociedade civil e tamb ém representantes públicos para participarem desse debate. E aí, nós teremos a condição de fazer e apresentar à sociedade brasileira um balanço da eficiência ou da eficácia das políticas de promoção da igualdade racial e de nossa atuação. Estamos dialogando com os governadores do estado, que deverão emitir um decreto convocando as conferências estaduais, que poderão ser precedidas de conferências municipais, de onde sairão delegados para a conferência estadual e que terá a função de tirar delegados para a conferência nacional. A partir de março, já está facultado a estados e municípios a realização das conferências, visando a nossa conferência nacional que ocorrerá aqui em Brasília."

Sistema de cotas - "Há indicadores de que os estudantes de cotas têm obtido um bom rendimento nas universidades e é baixa a evasão do estudante cotista. Estamos, com isso, inserindo na atividade econômica jovens negros e pobres com qualificação. Ent ão, acho que é altamente positivo o saldo da política de cotas durante esses oito anos de criação. A Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade de Brasília (UnB) são pioneiras na implementação da política de cotas. A UnB já tem um estudo mais avançado, mais aprofundado em relação ao impacto desse instrumento dentro da universidade. Aquela preocupação de que a universidade seria levada a rebaixar o seu nível de ensino não se verificou, até porque os estudantes cotistas têm um rendimento igual ou até mesmo superior do que os estudantes não-cotistas em cursos da área de Humanas e Biomédicas. Evidentemente há uma dificuldade maior desses estudantes em cursos da área de Ciências Exatas por conta ainda de sua base de ensino médio e fundamental precária. Mas isso demonstra o caráter positivo da adoção da medida. Acho prematuro fazer uma avaliação do impacto do ensino de cotas na sociedade."

Lei de Cotas - "O projeto está ba stante avançado no Congresso Nacional. Atualmente, se encontra na comissão de constituição e Justiça do Senado, e solicitamos ao presidente que olhasse com carinho o processo de tramitação do projeto de cotas na Casa. Evidente que ele encerra uma polêmica, há divergências em torno do conteúdo do projeto, mas acredito que cabe ao Congresso fazer esse debate, diminuir algumas dúvidas que existem em relação a alguns pontos do projeto e não deixar de oferecer esse documento legal à sociedade brasileira. Acho que é um debate que vem se arrastando no Brasil. O primeiro projeto que tratava dessa questão foi apresentado em 1999. Já faz dez anos que esse debate vem se dando no Congresso Nacional e na sociedade brasileira. Então, é hora do poder público se posicionar sobre essa matéria"

Balanço da Seppir - "Temos um programa chamado "Brasil Quilombola", voltado a oferecer serviços essenciais às comunidades remanescentes de quilombos, que v ão desde o fornecimento de energia elétrica, saneamento básico, educação, saúde, reforma das condições de habitação e a devida titulação dessas comunidades. Ano passado, avançamos bastante e atendemos 127 comunidades. Pretendemos esse ano instalar mais nove comitês gestores da agenda social quilombola, além dos nove já instalados. São formas do governo federal, juntamente com órgãos estaduais e municipais e a sociedade civil, definirem que tipo de ação teremos junto às comunidades descendentes de quilombos. Acredito que esse formato possibilita grande avanço e sustentabilidade nas ações do governo federal relativas à assistência às comunidades remanescentes de quilombos. Além disso, temos como conseguir a votação da lei de cotas do Estatuto da Igualdade Racial no Congresso Nacional. Isso faz parte do balanço da Seppir, na medida em que o projeto está tramitando na Câmara. A lei de cotas pode ser votada no Senado Federal. Deve ainda ser votado pelo Senado, um projeto (já ap rovado na Câmara), que institui um feriado nacional em 20 de novembro. Há também uma agenda voltada para as grandes cidades, que inclui a qualificação de jovens negros para o mercado de trabalho. Esse programa será lançado este ano, o Plansec, onde pretendemos qualificar cerca de 25 mil jovens. Temos outro programa chamado "Trabalho doméstico e cidadão" para qualificar milhares de empregados domésticos no Brasil, hoje profissão exercida por 90% de mulheres e homens negros, num grau de informalidade muito grande."

Encontro de prefeitos - "Tivemos um painel com o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannucci, e a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, onde situamos os gestores municipais da importância da adoção de políticas de promoção da igualdade racial. Mostramos, a partir do histórico da sociedade brasileira, da necessid ade do Estado não se colocar neutro nesta questão. Quando há desigualdade cabe ao Estado ser um elemento de redução da igualdade. Aí, mostramos que os municípios são fundamentais para a implementação das políticas de promoção da igualdade racial. A exemplo da saúde e do SUS, que tem como centro nos municípios a educação, nós só teremos êxito em políticas de promoção da igualdade racial na medida em que haja capilaridade junto aos municípios. E tivemos uma boa recepção. É uma forma de discutirmos a implementação de políticas. Então, essa é uma discussão que ocorre no Fórum Intergovernamental de Políticas Racial (Fipir)."

Agenda quilombola - "A Agenda Social Quilombola dispõe de R$ 2 bilhões para serem investidos até 2011. E a forma da liberação desse recurso, que não sofre contingenciamento, é em função da apresentação de projetos voltados às comunidades remanescentes de quilombo, que vão desde saneamento básico, fornecimen to de energia elétrica, reforma da casas. Enfim, é toda uma agenda que envolve 23 ministérios. Temos que lembrar que durante um bom tempo, na década de 90, tivemos uma política de desmonte do Estado, com incentivo à demissão, o que deixou uma lacuna muito grande na prestação de serviços essenciais à população, dentre os quais, hoje, incluo as comunidades remanescentes de quilombo e as tensões fundiárias que essas comunidades enfrentam em seu dia a dia."


Área quilombola - "Primeiro, essa área tem que ser identificada pela Fundação Cultural Palmares, que faz a identificação dessa comunidade e, a partir daí, o Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária faz um relatório antropológico da região e a conseqüente demarcação da área quilombola e a sua titulação. Esse é o processo. Mas, volto a colocar que a partir da certificação da comunidade, não está impedido o acesso a serviços de agenda social que coordenamos em nível d e governo federal."

Ensino da história da África - "Estamos elaborando, junto com o Ministério da Educação (MEC), um plano nacional de implementação da lei 10.639, porque não dependemos apenas das ações da Seppir. Como é uma disciplina que está sendo inserida no currículo da educação do País - ensino fundamental, médio e universitário -, ela exige que o MEC efetivamente seja o coordenador da implementação dessa lei, dialogando com estados e municípios e também com universidades para criar as condições e qualificar profissionais. O lançamento deve ocorrer ainda no primeiro semestre desse ano."

Saúde do negro - "Não é para o quilombola, para o negro. É do negro para o branco. Temos propensão a ter pressão arterial alta. Isso inclusive já foi absorvido pelo governo federal, pelo orçamento federal. Temos um programa de saúde da população negra coordenado pelo Ministério da Saúd e. A Seppir tem dialogado com o ministro, que assumiu o compromisso da implementação do Programa."

Fonte: Cufa-DF

quinta-feira, 14 de agosto de 2008


Fonte: CNPq


Já na sua 4ª edição, o Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero é um concurso de redações para estudantes do ensino médio e de artigos científicos para estudantes de graduação e graduados. As inscrições para o 4º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero podem feitas até 31 de outubro de 2008, preferencialmente em formulário eletrônico disponível em: http://www.igualdadedegenero.cnpq.br/.


O Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero integra o Programa Mulher e Ciência, criado com o objetivo de estimular a produção científica e a reflexão acerca das relações de gênero no País e promover a reflexão crítica acerca da constituição e das práticas de gênero, bem como sobre a participação das mulheres nos diversos campos sociais, inclusive nas ciências e nas carreiras acadêmicas.


O Prêmio será atribuído para as categorias: estudante de graduação e graduado. Na categoria Estudante de Graduação podem concorrer alunas e alunos que estejam regularmente matriculados em cursos de graduação reconhecidos pelo MEC. Já na categoria Graduado(a) podem concorrer alunas e alunos graduadas (os) que estejam (ou ainda não) regularmente matriculados em cursos de mestrado e doutorado, reconhecidos pela CAPES.


Os premiados na Categoria Estudante de Graduação receberão R$ 5 mil e poderá ser concedida Bolsa de Iniciação Científica, CNPq com vigência de 12 meses. As alunas e alunos premiados na Categoria Graduado(a) receberão cada uma/um R$ 10 mil e poderá ser concedidas bolsa de Mestrado, ou Doutorado.


Os artigos científicos serão analisados pela comissão julgadora observando: qualidade do texto quanto ao conteúdo e forma de apresentação; originalidade da abordagem; contribuição ao conhecimento sobre o assunto; e adequação teórica e metodológica. Acesse o regulamento: http://www.igualdadedegenero.cnpq.br/ .


Promoção: Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), Ministério da Educação (MEC) e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).


Autor(a): Danielle Tavares

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

fonte:google

[editar] O surgimento da escravidão no Brasil
Antes da chegada dos portugueses a escravatura já era largamente praticada no Brasil. Entre as tribos índias, a escravatura era infligida aos prisioneiros capturados nas guerras tribais. Esta não era a única forma de se obter escravos, os índios reduziam também à escravatura dos fugitivos de outras tribos a quem davam refugio. Entre as tribos que praticavam a antropofagia os escravos eram freqüentemente devorados durante os rituais. Com a chegada dos portugueses os índios passam a vender muitos dos seus prisioneiros em troca de mercadorias.
Durante o período pré-colonial (15001530), os portugueses desenvolveram a atividade de exploração do pau-brasil, árvore abundante na Mata Atlântica naquele período. A exploração dessa matéria-prima foi possibilitada não só pela sua localização, já que as florestas estavam próximas ao litoral, mas também pela colaboração dos índios, com os quais os portugueses desenvolveram um tipo de comércio primitivo baseado na troca – o escambo. Em troca de mercadorias européias baratas e desconhecidas, os índios extraíam e transportavam o pau-brasil para os portugueses até o litoral.
A partir do momento em que os colonizadores passam a conhecer mais de perto o modo de vida indígena, com elementos desconhecidos ou condenados pelos europeus, a exemplo da antropofagia, os portugueses passam então a alimentar uma certa desconfiança em relação aos índios. A colaboração em torno da atividade do pau-brasil já não era mais possível e os colonos tentam submetê-los à sua dominação, impondo sua cultura, sua religião – função esta que coube aos jesuítas, através da catequese – e forçando-os ao trabalho compulsório nas lavouras, já que não dispunham de mão-de-obra.
A escravidão no Brasil segue assim paralelamente ao processo de desterriorização sofrido por estes. Diante dessa situação, os nativos só tinham dois caminhos a seguir: reagir à escravização ou aceitá-la.
Houve reações em todos os grupos indígenas, muitos lutando contra os colonizadores até a morte ou fugindo para regiões mais remotas. Essa reação indígena contra a dominação portuguesa ocorreu pelo fato de que as sociedades indígenas sul-americanas desconheciam a hierarquia e, conseqüentemente, não aceitavam o trabalho compulsório. Antes dos estudos etnográficos mais profundos (fins do século XIX e, principalmente, século XX), pensava-se que os índios eram simplesmente "inaptos" ao trabalho, tese que não se sustenta depois de pesquisas antropológicas em suas sociedades sem o impacto desestabilizador do domínio forçado.
Os índios assimilados, por sua vez, eram superexplorados e morriam, não só em decorrência dos maus-tratos recebidos dos portugueses, mas também em decorrência de doenças que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como as doenças venéreas e a varíola.
Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução encontrada pelos colonizadores foi buscar a mão-de-obra em outro lugar: no continente africano. Essa busca por escravos na África foi incentivada por diversos motivos. Os portugueses tinham interesse em encontrar um meio de obtenção de altos lucros com a nova colônia, e a resposta estava na atividade açucareira, uma vez que o açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu. A produção dessa matéria-prima, por sua vez, exigia numerosa mão-de-obra na colônia e o lucrativo negócio do tráfico de escravos africanos foi a alternativa descoberta, iniciando-se assim a inserção destes no então Brasil colônia. Convém ressaltar que a escravidão dos índios perdura até meados do século XVIII.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Jovem instrutor da CUFA espancado por PM’s é ouvido por recém empossado Comandante da Policia Militar

Fonte: www.cufasinop.blogspot.com

O pedreiro Jilcimar Tavares, foi nesta ultima sexta-feira, (01/08), foi convidado pelo Comandante Regional 3 da Policia Militar de Mato Grosso, Cel. Joelson Geraldo Sampaio, onde o intuito do novo comandante é se interar aos casos de ingerência policial, onde na ocasião policiais militares, sem motivos concretos prenderam o jovem e o espancou, deixando diversos ematomas que prejudicam sua vida normal até o dia de hoje.

Jilcimar Tavares relatou novamente todo seu depoimento ao Cel. Joelson Geraldo Sampaio, e enfatizou que sua vida não é mais a mesma desde a brutalidade proferida contra ele, levando-o a criar uma nova rotina de vida, trabalhando para fora da cidade, se afastando do prazer que era propagar a cultura da dança (break) ás crianças atendidas pela Central Única das Favelas, isso tudo devido a ameaças sofridas posteriormente a denuncia de abuso de autoridade por parte dos Policiais Militares.

Anderson Maciel, Coordenador da CUFA em Sinop e Helmir Crispiniano Rocha, Presidente da Associação de Moradores do Bairro Jequitibás, expuseram ao Comandante o objetivo dos trabalhos de ambas as entidades, que é o de proporcionar alternativas aos jovens quanto ao exercício da cidadania, e que enquanto fatos como estes praticados por uma parcela mínima da corporação acontecerem, eles retrocedem todas as ações e projetos desenvolvidos.

Helmir Rocha, enfatizou ainda que mesmo após toda repercussão do caso Jilcimar Tavares, muita coisa não alterou, chegando ao extremo nos últimos dias, que foi a morte do também pedreiro Thiago Rodrigues dos Santos, vitima de abuso Policial, praticado pelo Soldado Evanil, que mesmo depois desta falta de capacidade de exercer sua função, omitir os fatos se retirando do local e mantendo-se fugitivo por vários dias, continua exercendo interinamente suas funções.

O Comandante elogiou a revolução realizada na Praça União, que era o principal ponto de dependentes químicos do município, onde os mesmos aterrorizavam a população, com violência e furtos, e hoje esta realidade é totalmente inversa, com diversas atividades esportivas e culturais, elevando o potencial das crianças e jovens, melhorando ainda a qualidade de vida de toda a população, e admitiu que mudanças devem haver e mudanças serão realizadas, isso já se inicia neste momento, com a atualização das informações, buscando casos acontecidos a algum tempo e casos mais presentes como o do jovem Thiago que teve sua vida ceifada.

Contudo a CUFA e a Associação de Moradores do Jequitibás, ficaram encarregadas de mobilizar a comunidade sinopense, para importante debate com o Comandante Regional 3 da Policia Militar com o tema: SEGURANÇA PÚBLICA COMUNITÁRIA E SEU CONTEXTO GERAL.

O Cel. ressaltou que atividades como esta, são importantes para sentir no corpo a corpo o que a comunidade quer e espera da policia, e que o primeiro passo é fomentar as ações da Policia Comunitária no município.

O Debate ocorrerá no dia 14 de agosto e contara com a presença e participação de diversas autoridades do município, e principalmente com a presença e participação de toda sociedade civil sinopense.


quinta-feira, 31 de julho de 2008

Vera Verônika se apresenta no V Copene


Por Jaqueline Fernandes Griô Produções (DF)

A mc e arte-educadora Vera Verônika está com presença confirmada em um dos eventos mais esperados do ano pelo movimento negro, o V Congresso de Pesquisador@s Negros, Copene, que acontecerá de 29 de julho a 01 de agosto, em Goiânia. A artista foi convidada a participar como palestrante e fará ainda uma apresentação musical que promete adiantar um pouco do seu novo trabalho, sem deixar para trás composições que marcaram sua trajetória no primeiro disco.


Para Vera Verônika, participar do V Copene reforça o caminho de arte-educadora que assumiu como luta cotidiana, há mais de dez anos. “Minha luta sempre esteve ligada à questão racial e de gênero. Reunir pesquisadoras e pesquisadores, negras e negros, em um evento com dimensão nacional é de uma importância inestimável; dar minha contribuição através da arte-educação será um grande prazer. Sem esquecer que o público de Goiânia sempre acompanhou meu trabalho e tenho um carinho muito especial por ele”, conta a mc.


Conferências, oficinas, exposições, mini-cursos, grupos de trabalho, mostra fotográfica e apresentações musicais farão parte da programação do V Copene, que reunirá diferentes expressões da produção científica, cultural e religiosa da população negra do Brasil e, sobretudo, do Centro-Oeste.


O V Congresso Brasileiro de Pesquisadores e pesquisadoras Negr@s é uma iniciativa de extrema importância enquanto política afirmativa em um país em que a maior parte da população é negra e, no entanto, menos de 3% dela tem acesso à universidade, sem contar todos os índices de oportunidade negados diariamente pelo racismo ideológico, político, social e econômico que assola o povo negro. O Copene pretende contribuir para o fim da invisibilidade da população negra que, no Estado de Goiás representa 48% da população e tem mostrado grande força em articulações do movimento negro, manifestações religiosas afro-descendentes, intelectuais negr@s, lideranças da cultura hip hop, quilombos, entre outros.


A apresentação da artista Vera Verônika será no dia 30 de julho, às 21h na Praça Universitária, com entrada franca.


Sobre Vera Verônika
Militante do movimento cultural hip hop desde o ano de 1992, Vera Verônika atua como Rapper, Pedagoga, Palestrante e Produtora de eventos voltados às comunidades carentes e jovens em estado de risco. Seu primeiro trabalho solo, intitulado VERA VERONIKA CANTA-MPB-RAP Música p/ o Povo Brasileiro em Ritmo e Poesia, traz 26 faixas, entre músicas e interludes. Rap, samba, reggae e mpb, com variadas participações como GOG , X (ex cambio negro), Dino Black ,Dj Raffa, R-Dy, Rey (Cirurgia Moral) , entre outros nomes no rap nacional .

Juntamente com a música, desenvolve trabalho social no Recanto da Paz, situado em Valparaíso de GO, onde coordena um lar com crianças em idade entre 0 a 16 anos. A renda para desenvolver este projeto provém do artesanato fabricado pelas crianças e comercializado na feira da Torre de TV de Brasília, além do retorno dos shows e palestras da cantora e a colaboração dos amigos. No palco, Verônika conta com a presença do Dj Chokolaty, uma das figuras mais importantes do cenário brasiliense.

Mais sobre o V CopeneAcesse: www.museu.ufg.br/vcopene.

Postado por Fora do Eixo às 15:17

terça-feira, 29 de julho de 2008

Diferença não é doença!!

Em todos os lugares há a diferença
Seja no cabelo, na roupa ou na crença!
Precisamos entender que não é doença.
Pela valorização de uma identidade lutamos
Porque somos homens e mulheres e amamos.
Os direitos pela igualdade estão escritos
A Constituição deve nos reconhecer como sujeitos e não mitos.
O que nos angustia
É ver que num país de várias etnias
O orgulho de pertencer à pátria amada
Se emudece...
Mas na organização coletiva
A voz se enaltece
E quem nos calou com as correntes
Notem, pensavam que nossas mentes
Não tinham vida.
Seja o negro, o índio, o camponês
Que hoje estão na escola
Gritam e mostram à elite brasileira
Que a educação não é esmola!




Amanda Pereira da Silva.