segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Unilab, conexão em África
A Universidade da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) começa a se materializar. Anunciada pelo presidente Lula em julho de 2008, durante a Cimeira de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a universidade deve inaugurar suas atividades em 2010. As atividades acadêmicas serão concentradas nas áreas de agricultura, saúde, gestão e formação docente, ofertadas a cinco mil estudantes, metade dos quais provenientes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Portugal. Os dois mil e 500 brasileiros serão escolhidos por seleção democrática de mérito através de mecanismos como o Enem e de programas de acompanhamento do ensino médio, respeitada a legislação brasileira de inclusão sócio-étnica. O campus brasileiro da Unilab começa a dar os primeiros passos licitatórios com o apoio da UFC, na cidade cearense de Redenção, no Maciço do Baturité.
A inovação acadêmica deverá permear o projeto político-pedagógico da nova universidade, em preparação por sua Comissão de Implantação, que integra 16 membros, vinculados à Associação de Pesquisadores Negros do Brasil, ao Banco do Brasil, Capes, Colip, Embrapa, FAO, Fiocruz, Itamaraty, MEC, Seppir, Setece-CE, Unesco e universidades federais brasileiras. Inovação essa, que deverá se refletir no caráter internacional da Unilab como universidade multicampi abraçando os oito países da CPLP na África, América, Ásia e Europa. Os estudantes da Unilab realizarão suas atividades no campus de Redenção e nos campi de seus países de origem, podendo ainda desenvolver parte de suas atividades em outras instituições dentro do princípio da mobilidade acadêmica. O contato com a realidade de cada região será parte integrante da graduação e da pós-gradução, comprometendo-se o futuro profissional a contribuir socialmente depois de receber formação de qualidade na Unilab e demais instituições.
Apresentamos a proposta geral da Unilab ao conjunto dos países africanos durante a Conferência Regional de Educação Superior, realizada pela Unesco em Dakar, em novembro passado. Os países africanos de expressão portuguesa manifestaram o mais alto interesse, assim como diversos países de língua inglesa, francesa e castelhana. É verdade que a universidade iniciará suas atividades preferentemente nos países africanos de língua portuguesa, mas não se deve descartar a extensão de suas ações a outros países africanos, sendo o continente foco principal da Unilab. Quando da realização da Conferência Mundial de Educação Superior (CMES), a se realizar na sede da Unesco, em Paris, em julho deste ano, o Brasil e demais países da CPLP poderão, com orgulho redobrado, apresentar a criação da universidade internacional como realização concreta, no contexto da priorização que a CMES colocou no continente africano.
O projeto de lei de criação da Unilab, encaminhado pela Presidência da República ao Congresso Nacional em agosto passado, foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados sob a relatoria do deputado Eudes Xavier, da bancada cearense. Encontra-se agora na Comissão de Educação e Cultura sob relatoria do deputado Pedro Wilson (GO), devendo ser submetido posteriormente às Comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania e de Finanças e Tributação, assim como ao Senado Federal. Aprovado, será sancionado pelo Presidente Lula, o que poderá acontecer ainda antes da CMES.
Precisamente nesta semana iniciamos a interlocução direta com os países da CPLP. Partindo de Fortaleza, voamos diretamente para Cabo Verde, onde cumprimos extensa agenda de trabalho, incluindo governo, universidades, escolas, sociedade, além da Embaixada Brasileira. Guiné-Bissau será visitada na sequência. Ao retorno, participaremos de reunião da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), que congrega instituições de quatro continentes. Posteriormente visitaremos Moçambique, Timor, Macau, Angola, São Tomé e Príncipe e Portugal. Semana que vem falaremos sobre Cabo Verde e Guiné-Bissau. A Unilab abre esperanças e representa desafio de inovação com qualidade e inclusão.
Paulo Speller, doutor em ciência política pela Universidade de Essex (Reino Unido), reitor da UFMT entre 2000 e 2008, preside a Comissão de Implantação da Unilab. E-mail: speller@ufmt.br
Estatuto fixa normas legais que possibilitam ascensão da população negra
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quinta-feira, 14 de agosto de 2008
O Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero integra o Programa Mulher e Ciência, criado com o objetivo de estimular a produção científica e a reflexão acerca das relações de gênero no País e promover a reflexão crítica acerca da constituição e das práticas de gênero, bem como sobre a participação das mulheres nos diversos campos sociais, inclusive nas ciências e nas carreiras acadêmicas.
O Prêmio será atribuído para as categorias: estudante de graduação e graduado. Na categoria Estudante de Graduação podem concorrer alunas e alunos que estejam regularmente matriculados em cursos de graduação reconhecidos pelo MEC. Já na categoria Graduado(a) podem concorrer alunas e alunos graduadas (os) que estejam (ou ainda não) regularmente matriculados em cursos de mestrado e doutorado, reconhecidos pela CAPES.
Os premiados na Categoria Estudante de Graduação receberão R$ 5 mil e poderá ser concedida Bolsa de Iniciação Científica, CNPq com vigência de 12 meses. As alunas e alunos premiados na Categoria Graduado(a) receberão cada uma/um R$ 10 mil e poderá ser concedidas bolsa de Mestrado, ou Doutorado.
Os artigos científicos serão analisados pela comissão julgadora observando: qualidade do texto quanto ao conteúdo e forma de apresentação; originalidade da abordagem; contribuição ao conhecimento sobre o assunto; e adequação teórica e metodológica. Acesse o regulamento: http://www.igualdadedegenero.cnpq.br/ .
Promoção: Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), Ministério da Educação (MEC) e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).
Autor(a): Danielle Tavares
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
A ESCRAVIDÃO NO BRASIL
[editar] O surgimento da escravidão no Brasil
Antes da chegada dos portugueses a escravatura já era largamente praticada no Brasil. Entre as tribos índias, a escravatura era infligida aos prisioneiros capturados nas guerras tribais. Esta não era a única forma de se obter escravos, os índios reduziam também à escravatura dos fugitivos de outras tribos a quem davam refugio. Entre as tribos que praticavam a antropofagia os escravos eram freqüentemente devorados durante os rituais. Com a chegada dos portugueses os índios passam a vender muitos dos seus prisioneiros em troca de mercadorias.
Durante o período pré-colonial (1500 – 1530), os portugueses desenvolveram a atividade de exploração do pau-brasil, árvore abundante na Mata Atlântica naquele período. A exploração dessa matéria-prima foi possibilitada não só pela sua localização, já que as florestas estavam próximas ao litoral, mas também pela colaboração dos índios, com os quais os portugueses desenvolveram um tipo de comércio primitivo baseado na troca – o escambo. Em troca de mercadorias européias baratas e desconhecidas, os índios extraíam e transportavam o pau-brasil para os portugueses até o litoral.
A partir do momento em que os colonizadores passam a conhecer mais de perto o modo de vida indígena, com elementos desconhecidos ou condenados pelos europeus, a exemplo da antropofagia, os portugueses passam então a alimentar uma certa desconfiança em relação aos índios. A colaboração em torno da atividade do pau-brasil já não era mais possível e os colonos tentam submetê-los à sua dominação, impondo sua cultura, sua religião – função esta que coube aos jesuítas, através da catequese – e forçando-os ao trabalho compulsório nas lavouras, já que não dispunham de mão-de-obra.
A escravidão no Brasil segue assim paralelamente ao processo de desterriorização sofrido por estes. Diante dessa situação, os nativos só tinham dois caminhos a seguir: reagir à escravização ou aceitá-la.
Houve reações em todos os grupos indígenas, muitos lutando contra os colonizadores até a morte ou fugindo para regiões mais remotas. Essa reação indígena contra a dominação portuguesa ocorreu pelo fato de que as sociedades indígenas sul-americanas desconheciam a hierarquia e, conseqüentemente, não aceitavam o trabalho compulsório. Antes dos estudos etnográficos mais profundos (fins do século XIX e, principalmente, século XX), pensava-se que os índios eram simplesmente "inaptos" ao trabalho, tese que não se sustenta depois de pesquisas antropológicas em suas sociedades sem o impacto desestabilizador do domínio forçado.
Os índios assimilados, por sua vez, eram superexplorados e morriam, não só em decorrência dos maus-tratos recebidos dos portugueses, mas também em decorrência de doenças que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como as doenças venéreas e a varíola.
Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução encontrada pelos colonizadores foi buscar a mão-de-obra em outro lugar: no continente africano. Essa busca por escravos na África foi incentivada por diversos motivos. Os portugueses tinham interesse em encontrar um meio de obtenção de altos lucros com a nova colônia, e a resposta estava na atividade açucareira, uma vez que o açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu. A produção dessa matéria-prima, por sua vez, exigia numerosa mão-de-obra na colônia e o lucrativo negócio do tráfico de escravos africanos foi a alternativa descoberta, iniciando-se assim a inserção destes no então Brasil colônia. Convém ressaltar que a escravidão dos índios perdura até meados do século XVIII.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Jovem instrutor da CUFA espancado por PM’s é ouvido por recém empossado Comandante da Policia Militar

O pedreiro Jilcimar Tavares, foi nesta ultima sexta-feira, (01/08), foi convidado pelo Comandante Regional 3 da Policia Militar de Mato Grosso, Cel. Joelson Geraldo Sampaio, onde o intuito do novo comandante é se interar aos casos de ingerência policial, onde na ocasião policiais militares, sem motivos concretos prenderam o jovem e o espancou, deixando diversos ematomas que prejudicam sua vida normal até o dia de hoje.
Jilcimar Tavares relatou novamente todo seu depoimento ao Cel. Joelson Geraldo Sampaio, e enfatizou que sua vida não é mais a mesma desde a brutalidade proferida contra ele, levando-o a criar uma nova rotina de vida, trabalhando para fora da cidade, se afastando do prazer que era propagar a cultura da dança (break) ás crianças atendidas pela Central Única das Favelas, isso tudo devido a ameaças sofridas posteriormente a denuncia de abuso de autoridade por parte dos Policiais Militares.
Anderson Maciel, Coordenador da CUFA em Sinop e Helmir Crispiniano Rocha, Presidente da Associação de Moradores do Bairro Jequitibás, expuseram ao Comandante o objetivo dos trabalhos de ambas as entidades, que é o de proporcionar alternativas aos jovens quanto ao exercício da cidadania, e que enquanto fatos como estes praticados por uma parcela mínima da corporação acontecerem, eles retrocedem todas as ações e projetos desenvolvidos.
Helmir Rocha, enfatizou ainda que mesmo após toda repercussão do caso Jilcimar Tavares, muita coisa não alterou, chegando ao extremo nos últimos dias, que foi a morte do também pedreiro Thiago Rodrigues dos Santos, vitima de abuso Policial, praticado pelo Soldado Evanil, que mesmo depois desta falta de capacidade de exercer sua função, omitir os fatos se retirando do local e mantendo-se fugitivo por vários dias, continua exercendo interinamente suas funções.
O Comandante elogiou a revolução realizada na Praça União, que era o principal ponto de dependentes químicos do município, onde os mesmos aterrorizavam a população, com violência e furtos, e hoje esta realidade é totalmente inversa, com diversas atividades esportivas e culturais, elevando o potencial das crianças e jovens, melhorando ainda a qualidade de vida de toda a população, e admitiu que mudanças devem haver e mudanças serão realizadas, isso já se inicia neste momento, com a atualização das informações, buscando casos acontecidos a algum tempo e casos mais presentes como o do jovem Thiago que teve sua vida ceifada.
Contudo a CUFA e a Associação de Moradores do Jequitibás, ficaram encarregadas de mobilizar a comunidade sinopense, para importante debate com o Comandante Regional 3 da Policia Militar com o tema: SEGURANÇA PÚBLICA COMUNITÁRIA E SEU CONTEXTO GERAL.
O Cel. ressaltou que atividades como esta, são importantes para sentir no corpo a corpo o que a comunidade quer e espera da policia, e que o primeiro passo é fomentar as ações da Policia Comunitária no município.
O Debate ocorrerá no dia 14 de agosto e contara com a presença e participação de diversas autoridades do município, e principalmente com a presença e participação de toda sociedade civil sinopense.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Vera Verônika se apresenta no V Copene
Por Jaqueline Fernandes Griô Produções (DF)
A mc e arte-educadora Vera Verônika está com presença confirmada em um dos eventos mais esperados do ano pelo movimento negro, o V Congresso de Pesquisador@s Negros, Copene, que acontecerá de 29 de julho a 01 de agosto, em Goiânia. A artista foi convidada a participar como palestrante e fará ainda uma apresentação musical que promete adiantar um pouco do seu novo trabalho, sem deixar para trás composições que marcaram sua trajetória no primeiro disco.
Para Vera Verônika, participar do V Copene reforça o caminho de arte-educadora que assumiu como luta cotidiana, há mais de dez anos. “Minha luta sempre esteve ligada à questão racial e de gênero. Reunir pesquisadoras e pesquisadores, negras e negros, em um evento com dimensão nacional é de uma importância inestimável; dar minha contribuição através da arte-educação será um grande prazer. Sem esquecer que o público de Goiânia sempre acompanhou meu trabalho e tenho um carinho muito especial por ele”, conta a mc.
Conferências, oficinas, exposições, mini-cursos, grupos de trabalho, mostra fotográfica e apresentações musicais farão parte da programação do V Copene, que reunirá diferentes expressões da produção científica, cultural e religiosa da população negra do Brasil e, sobretudo, do Centro-Oeste.
O V Congresso Brasileiro de Pesquisadores e pesquisadoras Negr@s é uma iniciativa de extrema importância enquanto política afirmativa em um país em que a maior parte da população é negra e, no entanto, menos de 3% dela tem acesso à universidade, sem contar todos os índices de oportunidade negados diariamente pelo racismo ideológico, político, social e econômico que assola o povo negro. O Copene pretende contribuir para o fim da invisibilidade da população negra que, no Estado de Goiás representa 48% da população e tem mostrado grande força em articulações do movimento negro, manifestações religiosas afro-descendentes, intelectuais negr@s, lideranças da cultura hip hop, quilombos, entre outros.
A apresentação da artista Vera Verônika será no dia 30 de julho, às 21h na Praça Universitária, com entrada franca.
Sobre Vera Verônika
Militante do movimento cultural hip hop desde o ano de 1992, Vera Verônika atua como Rapper, Pedagoga, Palestrante e Produtora de eventos voltados às comunidades carentes e jovens em estado de risco. Seu primeiro trabalho solo, intitulado VERA VERONIKA CANTA-MPB-RAP Música p/ o Povo Brasileiro em Ritmo e Poesia, traz 26 faixas, entre músicas e interludes. Rap, samba, reggae e mpb, com variadas participações como GOG , X (ex cambio negro), Dino Black ,Dj Raffa, R-Dy, Rey (Cirurgia Moral) , entre outros nomes no rap nacional .
Juntamente com a música, desenvolve trabalho social no Recanto da Paz, situado em Valparaíso de GO, onde coordena um lar com crianças em idade entre 0 a 16 anos. A renda para desenvolver este projeto provém do artesanato fabricado pelas crianças e comercializado na feira da Torre de TV de Brasília, além do retorno dos shows e palestras da cantora e a colaboração dos amigos. No palco, Verônika conta com a presença do Dj Chokolaty, uma das figuras mais importantes do cenário brasiliense.
Mais sobre o V CopeneAcesse: www.museu.ufg.br/vcopene.
Postado por Fora do Eixo às 15:17
terça-feira, 29 de julho de 2008
Diferença não é doença!!
Seja no cabelo, na roupa ou na crença!
Precisamos entender que não é doença.
Pela valorização de uma identidade lutamos
Porque somos homens e mulheres e amamos.
Os direitos pela igualdade estão escritos
A Constituição deve nos reconhecer como sujeitos e não mitos.
O que nos angustia
É ver que num país de várias etnias
O orgulho de pertencer à pátria amada
Se emudece...
Mas na organização coletiva
A voz se enaltece
E quem nos calou com as correntes
Notem, pensavam que nossas mentes
Não tinham vida.
Seja o negro, o índio, o camponês
Que hoje estão na escola
Gritam e mostram à elite brasileira
Que a educação não é esmola!
Amanda Pereira da Silva.